terça-feira, 27 de novembro de 2007

O FACISMO IMPERA NA PUC-SP!

O FASCISMO IMPERA NA PUC-SP!

Na noite de sexta-feira, dia 10 de novembro, por volta das 2h30 da madrugada, a Tropa de Choque da PM invade a Universidade. Há 30 anos, ocorria outra invasão da PUC, só que pelas mãos da Ditadura Militar. Hoje, mais uma vez, venceu a truculência e a força do Poder de Estado dentro da PUC-SP, aliada à Igreja Católica e ao Capital por meio dos Bancos.

Toda a riqueza produzida pelo trabalho dos estudantes é destinada ao pagamento de suas mensalidades à Universidade para que esta ajude os Bancos a enriquecer todos os meses. Por outro lado, todos esses esforços concentrados poderiam ser usados na construção do saber ou da vida pessoal de cada um destes estudantes. Mas, ao contrário, a sede por dinheiro dessa administração é muito grande e tem o único propósito de enfiar toda essa grana ralo abaixo no pagamento da dívida da Universidade!

A cada dia, a Igreja no Brasil e no mundo fica mais rica junto aos grandes Bancos e, para coroar e comemorar a festa, eis que surge a ‘Tropa da Elite’ com o objetivo de manter o status quo. É A DEMOCRACIA PUQUIANA FAZENDO EXEMPLOS!

A aliança Igreja, Capital, Estado, novamente repete suas juras de amor com os atuais projetos de redesenho institucional, demissões no Depto. de História, ausência de transparência de licitações de bolsas para estudantes carentes etc., casamento sacramentado com as demissões dos Professores e Funcionários dessa Universidade em dezembro de 2005 e janeiro e fevereiro de 2006.

A Fundação São Paulo, responsável pelas contas da PUC-SP, é obrigada a prestar contas à Igreja Católica no Brasil e esta, por sua vez, ao Vaticano que sabemos, também está cheio de ouro e riquezas (estrutura semelhante a das subsidiárias de empresas multinacionais que remetem seus lucros para matriz no exterior).

Fica a nossa pergunta: Por que a Igreja não exerce a caridade cristã, notadamente vista em seus discípulos, doando suas riquezas afim de pagar a dívida da PUC-SP, ao invés de sacrificar os ‘filhos de deus’, trabalhadores pobres mortais como nós, arcando e carregando a cruz desta dívida impagável?


- QUE A IGREJA ARQUE COM AS CONSEQUÊNCIAS E ASSUMA SUA RESPONSABILIDADE CRISTÃ PAGANDO A DÍVIDA!
- OU QUE NÓS TRABALHADORES FAÇAMOS UM BOICOTE AO PAGAMENTO DESSA DÍVIDA! DESOBEDIÊNCIA CIVIL JÁ!
- QUE OS TRABALHADORES ASSUMAM O CONTROLE DA UNIVERSIDADE E CONSTRUAM OUTRO PROJETO DIFERENTE DO PROJETO DO CAPITAL!
- QUE NOS ORGANIZEMOS EM PEQUENOS GRUPOS EM DEPARTAMENTOS E SALAS DE AULA PARA DECIDIRMOS A GESTÃO DIRETA DA UNIVERSIDADE!
- AUTOGESTÃO SOCIAL GENERALIZADA COM A COLETIVIZAÇÃO DA PUC-SP POR TODOS OS TRABALHADORES ENVOLVIDOS!
- CONTRATATAÇÃO IMEDIATA DE TODOS OS TRABALHADORES TERCEIRIZADOS!

Núcleos Pró Sindicato dos Trabalhadores da Educação – SINDEDUCAÇÃO-SP.
Filiado à:
FOSP - Federação Operária de São Paulo
COB - Confederação Operária Brasileira
ACAT - Associação Continental Americana dos Trabalhadores
AIT - Associação Internacional dos Trabalhadores
Contatos: sindeducacao.sp@gmail.com

Com o Sindicalismo Revolucionário, na luta, construindo as organizações livres dos trabalhadores!

NOTA DE SOLIDARIEDADE AOS TRABALHADORES DA PUC-SP.

NOTA DE SOLIDARIEDADE AOS TRABALHADORES DA PUC-SP.

A todos (as) trabalhadores (as)

Nós, trabalhadores da educação (funcionários docentes e discentes, estudantes e demais populares), viemos por meio desta, transmitir nosso apoio à ocupação da REItoria da PUC-SP, ocorrida na noite desta segunda feira, dia 05/11/2007.

Depois de exaustivas tentativas por parte dos diversos movimentos sociais e populares na PUC, tentarem um diálogo com a REItoria no intuito de se socializar as discussões sobre o redesenho institucional da universidade além de outras lutas que estão ocorrendo e já acontecem a tempos como barrar as atuais demissões, readmitir os antigos trabalhadores, desmascarar os métodos e argumentos utilizados pela REItoria para demitir trabalhadores docentes e discentes combativos e competentes em suas funções, depois de ampla campanha de colagens de cartazes e outras atividades, apoiamos amplamente a ocupação da REItoria e também viemos manifestar nossa solidariedade ao conjunto de todos os envolvidos nestas lutas.

O redesenho institucional e as alterações no Estatuto da PUC, visam também a extinção do artigo 7º deste, que proíbe a demissão sumária de qualquer trabalhador, sem que antes, haja a discussão ampla nos departamentos. Se o redesenho serve para atingir os direitos dos Trabalhadores, somos contra! Se o redesenho serve para privatizar ainda mais a Universidade, somos contra!

Saudações Sindicais Revolucionárias!

Saúde e Anarcosindicalismo.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

JORNADAS LIBERTÁRIAS/SP-2007 FORAM VITÓRIA DA CLASSE TRABALHADORA!

JLP/SP-2007 FORAM VITÓRIA DA CLASSE TRABALHADORA!
Parte da Campanha de Recuperação da Memória Operária, das grandes lutas - que levaram a conquista dos direitos que os capitalistas tentam destruir hoje - as Jornadas Libertárias de Protesto de São Paulo, com a discussão sobre a atualidade da GREVE GERAL DE 1917, marcam o início de julho na cidade de São Paulo - em especial na região de Santo Amaro.

JORNADAS LIBERTÁRIAS DE PROTESTO DE SÃO PAULO 2007@@ NOS 90 ANOS DA GREVE GERAL DE 1917 @@AVANÇO DA UNIFICAÇÃO DO MOVIMENTO LIBERTÁRIO BRASILEIRO É UMA VITÓRIA DA CLASSE TRABALHADORA.
Reforçando a campanha da FOSP/COB-ACAT/AIT de recuperação da Memória Operária, das grandes lutas - que levaram a conquista dos direitos que os capitalistas tentam destruir com suas reformas - as Jornadas Libertárias de Protesto de São Paulo, centradas na discussão sobre a atualidade da GREVE GERAL DE 1917, marcam o início de julho na cidade de São Paulo - em especial na região de Santo Amaro.
Marcada por uma campanha de divulgação que se iniciará na grande manifestação do 1º de Maio Operário e Libertário, chamado pelo Movimento pela Reativação da COB-AIT com o apoio do MLB, em especial do movimento punk.
Essa divulgação manteve a Greve Geral de 17 como um tema atual, abordado em dezenas de manifestações culturais e proletárias, durante os meses de maio e junho. Assim, através de milhares de cartazes, boletins, jornais e filipetas centenas de milhares de pessoas souberam de um dos fatos mais importantes da luta operária brasileira que tanto o Estado quanto a burguesia e os partidos políticos se esforçam tanto para apagar da história - ou descaracterizá-lo.Essa intensa atividade encontra seu ápice entre os dias 6 e 9 de julho, momento crucial da greve em 1917 - que culmina com o assassinato do jovem operário de 22 anos José Martinez, militante anarcosindicalista da FOSP/COB. Nesses mesmos dias, 90 anos depois, aqueles fatos foram amplamente divulgados, discutidos e relembrados no centro de Santo Amaro, na Casa de Cultura Manoel Mendonça, nas perclaras e emocionantes discussões das Jornadas Libertárias de Protesto.
Na sexta- feira, dia 6 de julho, a partir das 19 hs foi exibido o filme OS LIBERTÁRIOS seguido de intenso debate* sobre a atualidade da Greve Geral. No sábado, 7 de julho, a partir das 10 hs tivemos a palestra sobre A REVOLUÇÃO ESPANHOLA E A LUTA ANTIFASCISTA, seguido de intenso debate, teve que ser interrompido as 13:30 hs (intervalo para o almoço) onde foi deliberado um lanche coletivo, precedido de uma "vaquinha" para a aquisição de pão, recheio e bebidas - não alcoólicas (tudo num clima de muita fraternidade e espontaneidade, numa forma autogestinária e assembleária. A partir das 14:30 recomeçam as atividades programadas com as Palestras Militantes: INDIVIDUALISMO, AUTONOMIA E FEDERALISMO**; A QUESTÃO DA MULHER; O MOVIMENTO PUNK; A CONTRA-CULTURA; A PEDAGOGIA LIBERTÁRIA (uma das palestras - sobre Sindicalismo - foi cancelada, para se aumentar o tempo das discussões, se entendendo que era o tema geral de todas as discussões). A discussão se encerraria as 20 hs, horário marcado para a 1ª confraternização formal das JLP/SP-07: o Sarau SEMENTE DE FOGO, que se iniciando as 20 :30 hs - com histórias, homenagens, poemas, grupo de dança e canções (inclusive com a apresentação de uma banda) se encerraria por volta da meia-noite.
O domingo começa cedo para os sindicalistas revolucionários, que já desde as 9 hs chegavam à Casa Negra (Espaço Julio Guerra) vindos desde Sorocaba, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Campinas, Osasco, Franca (além de outras cidades do interior, da baixada e de vários pontos de São Paulo) no vitorioso V Congresso Operário Paulista, mais de 25 participantes - além da delegação do Secretariado da Seção da AIT no Brasil. As atividades na Casa de Cultura Manoel Mendonça, se reiniciam a partir das 14 hs, com exibição de filme, palestra e debate sobre o Movimento Punk e a Luta Antifascista, a cargo do MAP-SP e da União do Movimento Punk (UMP). A partir das 18 hs, encerrados os debates do V Congresso Operário Paulista e das discussões sobre o movimento punk todos se unem na GIG de Protesto Lúdico, FESTA JULHINA A SÃO BAKUNIN, ponto culminante da confraternização, não só entre os participantes das JLP/SP-07, mas também com populares que se achegaram para acompanhar a estranha, porém fraterna festa, onde bandas da periferia FORÇA INGOVERNÁVEL, 100 VERBA, RESISTENCIA, FAMÍLIA ITAOCA, REVOLTA POPULAR, mostrando a união do punk com o hiphop de combate, coroou o sentimento geral de união fraterna do Movimento Libertário Brasileiro, pronto a continuar a luta dos lutadores da grande Greve Geral de 1917.
De toda a programação a única coisa que ficou comprometida foi a realização de um Ato de Desagravo a José Inheguez Martinez, mártir da Greve Geral de 1917. Esse ato, que se daria a beira de seu túmulo, com a instalação de uma placa comemorativa da continuidade de sua luta, se viu comprometido pelo fato de que seu túmulo não foi localizado no Cemitério do Araça - onde havia sido enterrado na época e se encontrava seu túmulo, de acordo com bibliografia consultada. A Coordenação da FOSP/COB-AIT se comprometeu a pesquisar seu destino e manter a proposta para uma nova data a ser divulgada.
O balanço geral é amplamente positivo, não apenas pela ação de propaganda prévia que levou a informação da Greve de 17 para milhares que não tinham a menor idéia desses fatos, mas pela profundidade das discussões e seus resultados práticos, para um público circulante de cerca de 500 pessoas - com o pico de 250 a 300 pessoas nas atividades de domingo. Outro dado importante é a composição do público, muitos jovens (dezenas entre 15 e 25 anos), dezenas de populares e simpatizantes (em geral da região de Santo Amaro, negros e brancos, homens e mulheres, empregados, subempregados e desempregados) e, inclusive, algumas pessoas que estão rompendo com os partidos políticos da esquerda autoritária - que deram eco e testemunho pessoal as denúncias que fazíamos quanto as crescentes práticas fascistas da esquerda bolchevique. Outro dado importante foi o calor das discussões e do espírito de luta dos participantes, que até o último dia, durante a GIG - já a noite - tentavam puxar uma manifestação de rua para o dia 9.
VIVA A FOSP/COB-ACAT/AIT! VIVA O MLB!VIVA AS JLP/SP-07!
* A Comissão Organizadora das JLP/SP-07 informou que a palestrante convidada, profa. Christina Lopreatto, informou que não poderia estar presente por compromissos profissionais e se dispôs a participar em uma data próxima - a ser divulgada.
** Da mesma forma a Comissão Organizadora das JLP/SP-07 informou que o palestrante convidado, prof. Edson Passetti do NUSOL e da PUC-SP, não pode comparecer e se dispôs a participar de atividade em uma data próxima - a ser divulgada.

Pela Coordenação Estadual da Federação Operária de São Paulo
FOSP-COB / ACAT-AIT.

O que é anarcosindicalismo?

O que é anarcosindicalismo?

É ideologia e luta dos trabalhadores para se organizar em locais de trabalho, moradia e estudo de forma federativa, autogestionária, coletivista e apartidária.

Federativa por que vivemos em sociedade e precisamos um do outro, assim como uma cidade da outra ou um país do outro para sobrevivermos bem e de forma saudável. É a estrutura política que permite nos organizar com outros povos ou pessoas do mesmo interesse.

Autogestionária por que devemos assumir nós mesmos, e revezar todas as atividades de nossos locais de convivência humana. Por que sobrecarregar a esposa ou a mulher com as tarefas da casa, se podemos dividir entre todos? Isto também pode se dar nas tarefas do bairro, da escola, do trabalho, cada um fazendo aquilo que pode, sabe e gosta de fazer. Cada um contribuindo da maneira que puder em acordo comum.

Coletivista por que ao compartilhar, portanto, dividir o resultado de nosso trabalho, estamos sendo honestos e justos com nossos irmãos ao invés de trabalharmos todos para enriquecermos o patrão. Podemos trabalhar em conjunto, distribuindo por igual a riqueza que nós mesmos construímos! E dessa forma iremos combater de fato a imensa desigualdade social que nos atinge.

Apartidário por que não precisamos de políticos e partidos para cuidar das nossas vidas, das vidas de nossas famílias, de nossas comunidades, de nossas cidades, estados e países. Por que de parasitas já estamos cheios e se confiarmos em tais criaturas jamais conseguiremos nos ver livres. Sempre estaremos a mercê destes canalhas.

O anarcosindicalista utiliza táticas como a sabotagem, boicote, paralização, greve de advertência, entre outras como formas de pressão sobre os patrões e como pedagogia de luta presente no cotidiano. Sempre com o propósito de educar os trabalhadores e também se educar, para a construção da greve geral revolucionária, que retire a indústria, o campo, o setor de serviços e o comércio das mãos dos patrões e seja tomado diretamente e sem intermediários por todos nós. É a Ação Direta de todos os envolvidos (ao contrário de se esperar uma decisão do próximo) em comum acordo que deve determinar o andamento das coisas.

Nossa tarefa é desde já, se organizar em pequenos Núcleos ou Seções nos locais de trabalho, moradia e estudo para em conjunto de nossos semelhantes construirmos uma grande federação, que se inicie pequena, num bairro, numa escola e no trabalho. E que ela cresça para alcançar o tamanho da cidade, da metrópole, do Estado, do país, do continente e de todo o mundo. E que consiga destruir os maiores inimigos da humanidade, os patrões e os políticos, ou seja, o Estado e o Capital.

Filie-se aos Núcleos Pró-Sindicato Livre dos Trabalhadores da Educação de São Paulo-SP / SINDEDUCAÇÃO
Filiado à:
FOSP - Federação Operária de São Paulo.
COB - Confederação Operária Brasileira.
ACAT - Associação Continental Americana dos Trabalhadores.
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quarta-feira, 23 de maio de 2007

MANIFESTO CONTRA OS PARTIDOS NO MOVIMENTO POPULAR!

CONTRA A MANIPULAÇÃO POLÍTICA DO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES!

Assistimos nas últimas semanas, a trabalhadores metroviários sendo demitidos sumariamente de seus empregos, por lutarem contra a precarização do trabalho. Também estamos assistindo mobilizações dos trabalhadores lutando por moradia, terra e trabalho de uma maneira mais intensa nos últimos meses. Conseguirão nossos irmãos a tão sonhada casa própria ou a tão sonhada terra para se viver ou a garantia de seus sustentos e até mesmo mais empregos para os que nada têm? Duvidamos muito, se a saída destas lutas for direcionar tais atividades em apoio ao partido de ciclano ou de fulano ou partido x ou y. Todas as vezes que os trabalhadores se meteram na política deu no que deu: traição de classe! Ou seja, o poder sobe a cabeça e se esquece completamente de onde se veio para não se dizer outros erros históricos.

Podemos presenciar também conflitos na favela Bela vista e no Cingapura Bela Vista contra a violência policial onde os trabalhadores fecharam durante horas algumas pistas da marginal pinheiros em protesto mas sobretudo na esperança de se chamar atenção para a difícil situação de moradia na região. Assim também estamos juntos dos trabalhadores na luta contra as reformas neoliberais de Lula/PT e Serra/PSDB na educação, apoiando as ocupações de REI-toria na Usp e em outras universidades contra a retirada da autonomia das Universidades e Escolas Técnicas e a previdência dos professores do Estado e combatendo a reforma universitária de Lula e do FMI. Levantando a bandeira da autogestão e coletivização do ensino. Lutas das quais nós também nos solidarizamos!

A muito tempo os trabalhadores em diversas regiões do mundo vem tentando demonstrar que todas as vezes que os Partidos Políticos assumem o comando dos movimentos populares, isso dá em coisa errada! Tais lutas estão presentes em todas as Seções da AIT - Associação Internacional dos Trabalhadores - pelo mundo. Hoje, no Brasil como no resto dos países, este problema é realidade pura!

É por isso que estamos aqui! Para denunciar a descarada presença de Partidos em nossos meios! Os companheiros dos Núcleos Pró - Sindicato dos Trabalhadores da Educação de São Paulo - SINDEDUCAÇÃO, filiados a FOSP/COB - ACAT/AIT além de demais camaradas, estão presentes cotidianamente nas lutas dos Metroviários se solidarizando com os colegas demitidos e na luta por melhores condições de trabalho, pela diminuição da jornada e conseqüentemente por mais emprego. Da mesma forma, nossos companheiros também estão presentes na Ocupação João Candido em Itapecerica da Serra (que mesmo tendo sofrido com a reintegração de posse, estamos presentes) na luta por moradia junto a população criando lições de ação direta e autonomia dos trabalhadores em relação a Partidos e outros sangue sugas do povo.

Nos solidarizamos a todos os oprimidos e convocamos a população que se organize em Comitês de Auto defesa contra o facismo da polícia e da extrema direita, comitês contra o aumento do custo de vida, por moradia, reforma agrária radical e imediata (com autogestão e coletivização da terra e da produção), contra a precarização do trabalho, contra as reformas trabalhista, sindical e universitária, contra as restrições ao direito de greve. Neste ano, completamos 90 anos de exemplo de luta da greve geral de 1917, que ainda hoje serve de luz para iluminar o caminho difícil de libertação do povo. Assim caminhamos na batalha por dias melhores perseguindo a revolução social. A luta é na rua!

SINDEDUCAÇÃO-SP – Núcleos Pró-Sindicato dos Trabalhadores da Educação de São Paulo.
FOSP - Federação Operária de São Paulo
COB - Confederação Operária Brasileira
ACAT - Associação Continental Americana dos Trabalhadores
AIT - Associação Internacional dos Trabalhadores
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segunda-feira, 23 de abril de 2007

1º de Maio em Porto Alegre-RS.

C.O.B.- A.C.A.T./A.I.T.
Federação Operária do Rio Grande do Sul
MOBILIZAÇÃO de PROTESTO no
1 º de MAIO de 2007
em Porto Alegre.

Orientações para adesão a Ação de Protesto no 1º de Maio de 2007.

Os organizadores:
O Centro Cultural e Artístico, fundado em 24 de maio de 1953, foi organizado por sindicalistas revolucionários da Associação Internacional dos Trabalhadores, do Movimento de Reconstrução da Confederação Operária Brasileira e da Federação Operária do Rio Grande do Sul para contribuir na luta pela construção do mais elevado grau de evolução e bem estar da humanidade. Estabelecendo como objetivos concretos os de reunir todas e quaisquer pessoas, adeptas da cultura livre e da pratica da solidariedade universal. Foi retomado a partir de 2004 na fundação do Sindicato de Artes e Ofícios Vários de Porto Alegre.

Os objetivos:
A Ação de Protesto proposta para o 1º de maio de 2007 tem por objetivo promover uma manifestação de oprimidos e explorados de estimulo a ação direta e a organização autonoma dos operários para a propaganda das suas reivindicações, afirmando neste ato o caráter de protesto do 1º de maio.

A base teórica-histórica da Confederação Operária Brasileira está nos Congressos:
- "Considerando que o operariado agrupando-se em sindicatos organizados na forma de sociedades de resistência, afirma por esse simples fato a existência de uma luta de classes, que ele não criou, mas que se vê forçado a aceitar; que as condições econômicas, fonte de toda a liberdade são, para o proletariado, péssimas, e que o trabalho está escravizado sob o peso das injustiças, tanto que, para melhorá-lo ou libertá-lo, os trabalhadores não tem outro recurso contra o poder e a riqueza acumulado nas mãos dos patrões, senão a associação e a solidariedade dos seus esforços; que, portanto, não se pode realizar uma "festa de trabalho", mas sim um protesto de oprimidos e explorados”;
- “Que a origem histórica, do 1º de maio, nascido da reivindicação, pela ação direta, das 8 horas de trabalho (luta pela redução da jornada de trabalho), na América do Norte, e do sacrifício das vítimas inocentes, em Chicago, impede que essa data seja mistificada pelas festas favorecidas por interessados na resignação e imobilidade do proletariado”;
- “O Primeiro Congresso Operário Brasileiro verbera e reprova indignadamente as palhaçadas feitas no 1º de maio com o concurso e complacência dos senhores; incita o operariado a restituir ao 1º de maio o caráter que lhe compete; de sereno, mas desassombrado, protesto, e de enérgica reivindicação de direitos ofendidos ou ignorados;
“Estimula vivamente as organizações operárias à propaganda das reivindicações, afirmando o 1º de maio”;...
..."Considerando que o fato do governo tornar feriado o 1º de maio equivale a subornar um adversário que o ataca; o que é, portanto, uma mistificação perniciosa”;
“O Congresso aconselha aos operários e respectivos sindicatos, que, no caso de ser decretado feriado, inicie forte propaganda no sentido de patentear a incompatibilidade da adesão do Estado a tal manifestação; que é revolucionária e de luta de classes, apontando o seu trágico epílogo a 11 de novembro de 1889".
Primeiro Congresso Operário Brasileiro,
Rio de Janeiro, 15 a 22 de abril de 1906.
A Constituição:

A Confederação Operária Brasileira é formada por:
a) Federações nacionais de indústria ou e ofícios;
b) Uniões locais ou estaduais de sindicatos (as Federações Municipais e Estaduais);
c) Sindicatos isolados de lugares onde não existam Federações locais ou estaduais, ou de indústrias ou ofícios não federados.
Primeiro Congresso Operário Brasileiro,
Bases de Acordo aprovadas, 15 a 22 de abril de 1906.

Orientação histórica da Federação Operária do Rio Grande do Sul:
Ideal – Implantação de uma sociedade baseada na solidariedade dos indivíduos, e onde haja lugar para todos os que são úteis à coletividade.
Fins a alcançar transitoriamente – Melhoramento progressivo das condições de trabalho, diminuição de horas de jornada, com bases de aperfeiçoamento moral dos indivíduos.
Meios de ação – Organização de classes; ação direta, constante de reclamações aos patrões, greve nas suas variadas formas, conforme as circunstâncias, etc.
Elementos de luta – Solidariedade de classes de uma para outra: quando uma luta, as que descansam auxiliam-na; quando a greve é geral não é preciso auxílio, porque a vitória é certa.
Meios de propaganda – O jornal, a tribuna, a escola, o livro e a praça pública.

Porto Alegre, 30 de agosto de 1913.
In resumo apresentado ao Segundo Congresso Operário Brasileiro;
Rio de Janeiro, 8 de setembro de 1913;

Os fins gerais da Ação de Protesto no 1º de Maio de 2007:
1 - Promover a união dos trabalhadores assalariados, precarizados, autônomos, desempregados, donas de casa, aposentados, para a expressão da defesa dos seus interesses morais e materiais, econômicos e profissionais;

2 - Estreitar os laços da solidariedade entre o proletariado organizado por locais de trabalho e ramos de produção, dentro dos bairros e nas cidades, dando mais força e coesão aos seus esforços e reivindicações, tanto moral, como material;

Os fins específicos:
1 – Resgate da memória da conquista dos Direitos dos Trabalhadores através da Greve Geral de 1917 e protesto Contra a carestia e Contra todas as misérias, secundado por outras manifestações promover um evento musical, sem fins lucrativos, no dia 1º de maio, no histórico Bairro operário do IAPI, na Praça Frederico Arnaldo Balvé, situada à Rua Cristóvão Colombo, entre os nºs 1146 e 1192 do IAPI, para acontecer das 10 h da manhã ate as 20 h da noite, com apresentação de bandas de Rock, Reagee, Pop Rock, Hip Hop, entre outras tendências musicais. (Aguardando resposta favorável da Secretaria do Meio Ambiente de Porto Alegre para cessão do espaço).

2 - Contribuição de apoio de R$ 25,00 para confecção de material de propaganda, aparelhagem musical, enfim custos gerais para participação e realização do evento;

Centro Cultural e Artístico / Sindicato de Artes e Ofícios Vários de Porto Alegre

Documentário sobre a GREVE GERAL DE 1917.

Companheiros (as)

Acessem:

http://www.youtube.com/watch?v=E-NN1dIzAxM http://www.youtube.com/watch?v=RUUaEYZQGzY

É um documentário sobre a greve de 1917 com a participação de Historiadores, Professores, Jornalistas e outros.

Para passar para os alunos é muito bom!

Algumas opiniões não refletem necessariamente a posição do Movimento Nacional de Reconstrução da Confederação Operária Brasileira-COB.

Ato 1º de Maio em Osasco!

SINDIVÁRIOS – OSASCO – FOSP/COB/ACAT/AIT

As grandes centrais sindicais promoverão suas festas neste 1º de Maio, a realidade delas é de disputarem quem levara mais pessoas para participarem de seus circos promovidos por sorteio de casas e outros.

Osasco é historicamente uma cidade de operários que no período da ditadura militar enfrentaram os milicos e foram as ruas fazendo pichações contra o governo e promovendo greves que paralisaram o setor industrial.

Além disso, lembramos os 90 anos da greve de 1917 que paralisou a capital paulista e mostrou que a organização dos trabalhadores é capaz de enfrentar o capitalismo e seus defensores.

No intuito de enfrentar o capitalismo, o desemprego, a carestia de vida e por fim as explorações do homem pelo homem, chamamos a classe trabalhadora para ato publico contra as injustiças a classe trabalhadora.

ATO PÚBLICO EM DEFESA DA CLASSE TRABALHADORA
LOCAL: ESTAÇÃO DE TREM DE OSASCO
DIA 27/04/2007 – HORÁRIO 18:30

TRAGA SUA BANDEIRA, SEUS CARTAZES E SUA INDGUINAÇÃO.
REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO, 30 HORAS.
REFORMA AGRARIA RADICAL E IMEDIATA
PELO FIM DO IMPOSTO SINDICAL
MOVIMENTO DE RECONSTRUÇÃO DA CONFEDERAÇÃO OPERÁRIA BRASILEIRA

APOIO: SINDIVÁRIOS/OSASCO – MOVIMENTO LIBERTÁRIO BRASILEIRO – COMITÊ DE LUTA CONTRA A CARESTIA DE VIDA

“A EMANCIPAÇÃO DO TRABALHADOR É OBRA DO PRÓPRIO TRABALHADOR”
Ps: Pedimos aos camaradas que propaguem está mensagem!

1º de Maio em São Paulo-SP.

Prezados (as)

Segue leitura do manifesto do 1º de Maio de 2007.

http://www.youtube.com/watch?v=i5S74SdhHcw

Lembrando a todos que na cidade de SP o Ato ocorrerá a partir do meio dia, 12:00h na Ladeira da Memória, ao lado do metrô anhangabaú saída da Xavier de Toledo no dia 01º de Maio, terça feira.

Saúde e Anarcosindicalismo!

terça-feira, 20 de março de 2007

A pedagogia libertária presente na luta sindical.

A Greve de 1917 "Quando se fazem algumas referências a atuação de Edgard Leuenroth, quer como militante proletário e anarquista, não pode deixar-se de mencionar a greve geral que aconteceu em São Paulo no ano de 1917, quando paralizou inteiramente todo o comércio e a indústria desta Capital. Assim também, quando se faz menção daquela greve geral, o nome de Edgard Leuenroth aparece estritamente ligado àqueles acontecimentos. O motivo dêsse estrito ligamento assenta em que êle foi considerado o único responsável por aquela greve que chegou a causar pânico ao patronato e ao próprio Estado. Em resposta a uma dessas referências Edgard enviou ao jornal Estado de São Paulo a seguinte carta":

"Citado nominalmente em Notas e Informações de 2 do corrente, com referência à minha participação na greve geral de 1917, sinto-me na obrigação de vir a público, a fim de contribuir com alguns esclarecimentos, para que o episódio citado seja registrado em tôda a inteireza de verdade histórica.

Torna-se necessário, por isso, ser permitido pronunciar-me, embora sumariamente, sôbre a origem e o desenrolar dêsse acontecimento de excepcional relevo na história da vida coletiva de São Paulo. Diga-me, antes de tudo, que a greve geral de 1917 não pode, de maneira alguma, ser equiparada sob qualquer aspecto que seja examinada, com outros movimentos que posteriormente se verificaram como sendo manifestações do operariado.
Isso não, absolutamente não! A greve geral de 1917 foi um movimento espontâneo do proletariado sem a interferência, direta ou indireta, de quem quer que seja. Foi uma manifestação explosiva, consequentemente de um longo periodo da vida tormentosa que então levava a classe trabalhadora.

A carestia do indispensável à subsistência do povo trabalhador tinha como aliada a insuficiência dos ganhos; a possibilidade normal de legítimas reivindicações de indispensáveis melhorias de situação esbarrava com a sistemática reação policial; as organizações dos trabalhadores eram constantemente assaltadas e impedidas de funcionar; os postos policiais superlotavam-se de operários, cujas residências eram invadidas e devassadas; qualquer tentativa de reunião de trabalhadores provocava a intervenção brutal da Policia. A reação imperava nas mais odiosas modalidades. O ambiente proletário era de incertezas, de sobressaltos, de angústias. A situação tornava-se insustentável.

A notícia da morte de um operário, assassinado nas imediações de uma fábrica de tecidos do Brás, divulgou-se como um desafio à dignidade do proletariado. Caracterizou-se como um violento impacto emocional sacudindo todas as energias. O enterro dessa vitima da reação foi uma das mais impressionantes demonstrações populares até então verificadas em São Paulo. Partindo o feretro da Rua Castano Pinto, no Brás, estendeu-se o cortejo, como um oceano humano, por toda a avenida Rangel Pestana até a então Ladeira do Carmo em caminho da Cidade, sob um silencio impressionante, que assumiu o aspecto de uma advertencia. Foram percorridas as principais ruas do centro. Debalde a Policia cercava os encontros de ruas. A multidão ia rompendo todos os cordões, prosseguindo sua impetuosa marca até o cemitério. À beira da sepultura revezaram os oradores, em indignadas manifestações de repulsa à reação.
No regresso do cemitério, uma parte da multidão reuniu-se em comicio na Praça da Sé; a outra parte desceu para o Brás, até à rua Caetano Pinto, onde, em frente à casa da familia do operario assassinado, foi realizado outro comicio. Sem que se possa precisar detalhes, verificou-se uma agitação entre a multidão estacionada nas imediações da avenida Rangel Pestana. Havia sido assaltada uma carrocinha de pão. Essa ocorrencia teve o efeito da chispa lançada ao rastilho de polvora. Parece ter servido ela de exemplo e estimulo para que a mesma ação fosse praticada em muitas partes da cidade. Feito que aconteceu com rapidez fulminante, como se um veiculo de comunicação de excepcional capacidade pusesse em contato todo o elemento popular paulistano. As fábricas e oficinas esvaziavam-se, enquanto as ruas se povoavam de multidões, movimentando-se agitadas em todos os sentidos. Foi quando mais se intensificou a repetição do episódio do assalto do carrinho de pão, sendo atingidos mercearias, depositos de mantimentos, armazéns, etc. Paralizava-se a vida laboriosa de São Paulo que não pode parar, para dar lugar a uma convulsão popular sem precedentes na vida paulistana.

A Policia entrou em ação. Começaram os choques com as multidões. Dos encontros resultaram vitimas de ambos os lados. Os operários não se podiam reunir para tomar resoluções. Cada corporação lançava os seus memoriais de reivindicações, quase todas coincidentes, na maioria delas. Mas uma ação de conjunto, coordenada para a determinação do objetivo comum, não se tornava exequivel no momento, devido à impossibilidade realização de assembléias sindicais.
Foi então que se constituiu o Comitê de Defesa Proletaria, resultante de uma reunião clandestina de militantes de várias categorias sindicais. Sua função não seria de órgão diretor para expedir palavras de ordem. Sua missão seria de um nucleo de relações e coordenador das reivindicações dos trabalhadores em agitação e privados de seus sindicatos e de seu organismo federativo. De conformidade com essa característica, seu primeiro trabalho foi reunir em um único memorial as reivindicações comuns a todas as categorias profissionais, constantes de boletins por elas divulgados, e que, anteriormente, tinham sido objeto de exame nas organizações operárias, antes de seu fechamento. Constavam dessas reivindicações generalizadas, entre outras, a jornada de 8 horas, aumento dos salários, redução dos alugueis, normalização do trabalho das mulheres e dos menores, melhoramento dos locais de trabalho.

Encabeçavam essas reivindicações as exigências do respeito ao direito de organização e de reunião, e a libertação imediata de todos os operários encarcerados. As reivindicações, especificas de cada profissão seriam acrescentadas pelas mesmas. Embora a vigilância policial fôsse exercida com o maximo rigor, esse memorial do Comitê da Defesa Proletaria teve a maxima divulgação entre os proletarios em luta.

A situação ia se tornando cada vez mais grave com os choques entre a Policia e os trabalhadores. O Comitê de Defesa Proletária, somente vencendo toda a sorte de dificuldades conseguia realizar apressadas reuniões em pontos diversos da cidade, às vezes sob a impressão congrangedora do ruido de tiroteios nas imediações. Tornava-se indispensavel um encontro dos trabalhadores, para ser tomada uma resolução decisiva. Surgiu, então, a sugestão de um comicio geral. Como e onde? E como vencer os cercos da Policia? Mas a situação, que se desenrolava com a mesma gravidade, exigia a sua realização. O perigo a que os trabalhadores se iriam expor estava sendo transformado em sangrenta realidade nos ataques da Policia em todos os bairros da cidade, deles resultando também vitimas da reação, inumeros operarios, cujo único crime era reclamarem o direito à sobrevivencia.

E o comicio foi realizado. O Brás, bairro onde tivera inicio o movimento, foi o ponto da cidade mais indicado, tendo como local o vasto recinto do antigo Hipodromo da Mooca. Foi indescritivel o espetaculo que então a população de São Paulo assistiu, preocupara com a gravidade da situação. De todos os pontos da cidade, como verdadeiros caudais humanos, caminhavam as multidões em busca do local que, durante muito tempo, havia servido de passarela para a ostentação de dispendiosas vaidades, justamente neste recanto da cidade de céu habitualmente toldado pela fumaça das fábricas, naquele instante, vazias dos trabalhadores que ali se reuniam para reclamar o seu indiscutivel direito a um mais alto teor de vida. Não cabe aqui a descrição de como se desenrolou aquele comicio, considerado como uma das maiores manifestações que a história do proletariado brasileiro registra. Basta dizer que a imensa multidão decidiu que o movimento somente cessaria quando as suas reivindicações, sintetizadas no memorial do Comitê de Defesa Proletária, fôssem atendidas. O término do comicio teve o mesmo aspecto de que se revestiu o seu início. A multidão se desdobrava em numerosas colunas que se punham em marcha, de regresso aos bairros. Os militantes mais visados retiravam-se no meio de grupos espontaneamente formados. Soube-se mais tarde que, em pontos distantes do local do comicio, haviam-se realizado varias prisões.

A esta altura dos acontecimentos chegou ao conhecimento do Comitê de Defesa Proletaria a iniciativa surgida no meio jornalistico de ser realizado um encontro de uma comissão de jornalistas e o referido comitê de Defesa Proletária. O convite foi feito por intermédio do diretor do jornal “O Combate”, Nereu Rangel Pestana. O encontro foi marcado. Os membros do comitê compareceram à reunião com a segurança de não serem presos, em virtude do compromisso assumido pelo presidente do Estado com os jornalistas. O local escolhido foi a redação de “O Estado de S. Paulo”, então situado na praça Antonio Prado. A comissão de jornalistas era composta de representantes de jornais diários da Capital e o Comitê de Defesa Proletária, pelos seguintes elementos: Antonio Candeias Duarte, comerciário; Francisco Cianci, litógrafo; Rodolfo Felipe, serrador; Gigi Damiani, pintor, diretor do jornal libertário “La Bataglia”; Teodoro Municeli, diretor do jornal socialista “Avanti”, e Edgard Leuenroth, jornalista, diretor do jornal anarquista “A Plebe e secretario do comitê.

Na primeira reunião foi examinado o memorial das reivindicações dos trabalhadores, apresentado pelo Comitê de Defesa Proletaria, que a comissão de jornalistas estava encarregada de levar ao governo do Estado. A segunda reunião teve o seu inicio retardado, em virtude da prisão de dois dos membros do comitê de Defesa Proletaria ao sairem da redação, após a primeira reunião. Os entendimentos seriam rompidos se esses dois elementos não fossem imediatamente postos em liberdade. Essa resolução foi transmitida ao presidente do Estado. A exigencia foi atendida, os elementos levados à redação, e a reunião pôde ser realizada com breve duração, pois o governo ainda não havia entregue a sua resolução.
A resolução da concessão das reivindicações dos trabalhadores foi dada por intermédio da Comissão de Jornalistas, com a informação de que já estavam sendo libertados os operários presos durante o movimento. Foram realizados comicios dos trabalhadores em vários bairros para a decisão da retomada do trabalho, que se iniciou no dia imediato. São Paulo reiniciava suas atividades laboriosas. A cidade retomava o seu aspecto costumeiro, restando, entretanto, a triste lembrança das vitimas que haviam deixado lares enlutados. Muito tempo ainda não havia decorrido, quando se verificou a minha prisão. Iniciou-se então minha peregrinação pelos postos policiais, com o fim de serem burlados os “habeas corpus” requeridos quando fui transferido para a Cadeia Publica, hoje Casa de Detenção. Após seis meses, fui levado ao Tribunal do Juri, para ser julgado pela estupida acusação de ter sido o autor psiquico-intelectual da greve geral de julho de 1917. Fui absolvido por unanimidade de votos, após dois adiamentos, com o intuito de impedir de ter também como defensor, ao lado do dr. Marry Junior, o grande criminalista dr. Evaristo de Morais. Passado algum tempo, divulgou-se a notícia de deportação de alguns militantes proletários para outros Estados.

Poderia ser mais detalhado, se isso fosse aqui cabivel, e se a renitente crise de saude, que me detém em casa, não me impedisse de utilizar o documentário de que disponho. Isto o farei tão breve seja possivel, se conseguir avançar mais um pouquinho alem do marco octogenario da vereda de minha vida... Agora, julgo não ser descabido ocupar mais algumas linhas a propósito da referencia sobre um meu encontro com o dr. Julio de Mesquita Filho, em Campinas. Foi em abril de 1958, por ocasião da Exposição Retrospectiva do I Centenário da Imprensa de Campinas. A organização do Certame foi confiada a mim, na parte relativa à imprensa geral do Brasil, e ao senhor José da Costa Mendes, a de Campinas. O dr. Julio de Mesquita Filho lá esteve para realizar uma Conferência.

Foi quando se verificou a referida palestra com o dr. Mesquita sobre episodios do movimento proletario. Prende-se um deles à greve geral de 1917, e que serve como mais uma demonstração da mentalidade reacionária então imperante. Quando nos reuniamos na redação do “Estado”, usavamos para nossos apontamentos o mesmo papel destinado ao uso dos redatores e encabeçado com o nome do jornal. A policia serviu-se disso para lançar a calunia de que o jornal tinha ligações com a greve. Essa infamia foi denunciada com veemencia pelo sr. Nereu Rangel Pestana, no jornal “O Combate”.

Um outro episodio, relembrado na minha palestra com o dr. Mesquita, verificou-se em 1919, ano excepcionalmente agitado do movimento proletario paulistano. Publicava-se, então, em edição diária, o jornal libertário “A Plebe”, cujo aparecimento, sob minha direção, coincidiu com o inicio da greve de 1917. Certa noite, quando nos encontramos à lufa-lufa da preparação do jornal, recebemos informação de que a sede do jornal seria invadida pela policia. Efetivamente, a redação foi cercada por policiais, que ali permaneceram toda a noite. Alguém, que estivera com a autoridade responsavel diligencia, transmitiu-nos a estranha informação de que a policia somente invadiria a redação às 6 horas da manhã, isso em respeito a uma determinação legal. Era justificavel nossa estranheza, pois, naquele então, os assaltos a sede sindicais e a domicilio de operarios, na calada da noite, estavam na ordem do dia.

Mas há de registrar um outro aspecto desse episodio verificado naquela memorial noitada de jornalismo proletario. Foi quando, esperando a entrada, a qualquer momento, dos policiais invasores, alguém entrou apressado e, com um todo de admiração, informou: o dr. Julinho está aí. De fato, ante a admiração da autoridade, a improvisada redação do jornal proletaria recebia a visita de um diretor de um dos maiores jornais do Brasil. O dr. Julio de Mesquita Filho explicou que lá comparecia por ter sido informado do que estava acontecendo. A todos cumprimentou, e, somente após demorada palestra, deixava aquela velha casa do tempo de antanho, situada na rua das Flores, desaparecida com a abertura da Praça Clovis.
E, às 6 horas da manhã, a policia invadia a sede da redação do histórico jornal proletário".

TRAÇOS biográficos de um homem extraordinário. Dealbar [jornal], São Paulo, 17 dez. 1968, ano 2, n. 17.